quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Canção do morto

Estou com sono...
Tudo o que quero é dormir
Dessa vida triste vou sumir
Para acordar em outra só no outono.

Quem me dera não ter mais que lamentar
A labuta de esses dias, descansar
Quem me dera ser formoso atleta
Coroar minha sina em repouso
Caminhar com as pessoas em gozo
Quem me dera não ser um “tão simples” poeta...

Pois do que vive a poesia?
Senão da imensa dor e da agonia
Por ninguém entender o que escrevo
Sofro na prisão de um quarto escuro
Onde cada pensamento doce e puro
Perde-se nessas paredes sem enlevo.

Tudo o que resta é um pensamento torto
Dessa loucura que se chama quimera
E insiste haver primavera
Onde tudo que existe é um poeta morto...

Roberto Weber de M. Milla

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